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Nota do editor
Último post da série de 22 de Agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25865: Parabéns a você (2302): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1969/71)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sexta-feira, 23 de agosto de 2024
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
Guiné 61/74 - P24578: Parabéns a você (2197): Fernando Cepa, ex- Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913 (Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24575: Parabéns a você (2196): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1969/71)
Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24575: Parabéns a você (2196): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1969/71)
quinta-feira, 3 de novembro de 2022
Guiné 61/74 - P23760: Recortes de imprensa (124): Homenagem a Fernando Cepa e inauguração de obras de requalificação do Pavilhão Gimnodesportivo de Mar, com a devida vénia aos jornais; Farol de Esposende e Correio do Minho
1. O nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69) cidadão do Concelho de Esposende, foi e é uma pessoa activa, ligado aos assuntos que interessam aos Antigos Combatentes e à Cultura e Desporto na sua freguesia de Mar.
A sua dedicação à causa pública foi devidamente reconhecida numa homenagem que lhe foi prestada no passado dia 15 de Outubro, quando foi dado o seu nome ao Pavilhão Gimnodesportivo de Mar que foi recentemente alvo de obras de requalificação. Ao acto esteve presente o senhor Presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira.
Seguem-se, com a devida vénia, recortes dos jornais Farol de Esposende e Correio do Minho que dedicaram algumas colunas ao acontecimento.
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Nota do editor
Último poste da série de 9 DE JUNHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23339: Recortes de imprensa (123): Bubaque: alterações climáticas e educação ambiental (Excertos de reportagem de Carla Tomás, Expresso, 18 de abril de 2019, com a devida vénia...)
A sua dedicação à causa pública foi devidamente reconhecida numa homenagem que lhe foi prestada no passado dia 15 de Outubro, quando foi dado o seu nome ao Pavilhão Gimnodesportivo de Mar que foi recentemente alvo de obras de requalificação. Ao acto esteve presente o senhor Presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira.
Seguem-se, com a devida vénia, recortes dos jornais Farol de Esposende e Correio do Minho que dedicaram algumas colunas ao acontecimento.
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Nota do editor
Último poste da série de 9 DE JUNHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23339: Recortes de imprensa (123): Bubaque: alterações climáticas e educação ambiental (Excertos de reportagem de Carla Tomás, Expresso, 18 de abril de 2019, com a devida vénia...)
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
Guiné 61/74 - P23636: Efemérides (373): O Núcleo dos ex-Combatentes de Mar, do concelho de Esposende, enriqueceu o seu Memorial com a inauguração e bênção das placas com os nomes, local e período de participação de todos os Combatentes (Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art)
Memorial aos ex-Combatentes, sito no Largo 25 de Abril, em Mar, Esposende
Mensagem do nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69) com data de 20 de Setembro de 2022:
Caro Carlos Vinhal
Boa Noite.
Junto remeto uma notícia sobre os Ex-Combatentes de S. Bartolomeu do Mar – Esposende, para publicares, se entenderes oportuno.
Um abraço do
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
Cart 1689/Bart 1913
EX-COMBATENTES DO ULTRAMAR ENRIQUECEM MEMORIAL
O Núcleo dos ex-Combatentes de Mar, do concelho de Esposende, enriqueceu o Memorial aos ex-Combatentes, sito no Largo 25 de Abril, com a inauguração e bênção das placas com os nomes, local e período de participação de todos os ex-Combatentes, ato que decorreu no dia 11 de setembro e foi presidido pelo presidente da Câmara Municipal de Esposende Benjamim Pereira.
Presentes na cerimónia, o executivo da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Belinho e Mar e a presidente da Assembleia de Freguesia da mesma União, Adelaide Carmo, para além de cerca de setenta convivas.
A colocação das duas placas com os nomes gravados de todos os ex-Combatentes do Núcleo de Mar encerra o processo do Memorial aos ex-Combatentes, sito no Largo 25 de Abril, em Mar, Esposende, o que deixou os responsáveis “muito satisfeitos”. Num trabalho “aturado e complexo, mas exaustivo” para além dos nomes dos Combatentes, ficou registado o posto de cada elemento, além do local onde prestou serviço no Ultramar, assim como o período temporal em que o mesmo ocorreu. De referir que há ex-Combatentes que serviram a Pátria em mais do que um local ou província. Jorge Costa e Jorge Sampaio, para além do Fernando Cepa, foram os homens timoneiros deste árduo trabalho, o que lhes valeu uma forte salva de palmas, “pelo seu trabalho incansável”.
Ilídio Saleiro, elemento mais graduado do Núcleo, referiu-se a esta “grande cerimónia de reconhecimento público e de justa homenagem aos ex-Combatentes, de enorme significado e simbolismo”. Por outro lado, manifestou “um profundo agradecimento ao Fernando e a todos os que com ele trabalharam, em particular, o Jorge Costa e o Jorge Sampaio, para chegarmos até aqui, com uma série de iniciativas e convívios realizados, muito em especial, a concretização e a construção dos símbolos, que ficarão para a história. Que farão a nossa história!”
Por fim, dirigiu uma “especial saudação e agradecimento aos familiares e amigos dos ex-Combatentes que, ao longo de mais de uma década, nos têm acompanhado e participado nos nossos eventos, com o espírito de solidariedade, que está na sua génese, e bem caracteriza a nossa comunidade”.
O pároco Manuel Viana benzeu as placas e presidiu à celebração da eucaristia em sufrágio dos elementos já falecidos.
Na homilia, o Pároco deu os parabéns ao Núcleo “pelo trabalho que tem desenvolvido ao longo destes anos para fazer a memória deste acontecimento.” Os nomes de todos os elementos nas placas é um trabalho “muito importante e muito significativo, pois é um gesto de memória”, referiu o sacerdote. E baseando-se na liturgia da Palavra em que apelava à Misericórdia, salientou que “os ex-Combatentes precisam de ser misericordiosos porque perdoar é um ato de nobreza”. E continuou: “hoje, é o dia de fazer memória, pois o povo que não tem memória é um povo que não vai longe”.
Numa brevíssima intervenção, Fernando Cepa fez três pedidos ao Presidente da Câmara: Ajuda para custear as despesas com o Memorial, já que “os ex-Combatentes têm pago todas as despesas”; a cedência da Bandeira Nacional para acompanhar o ex-Combatente no caso de falecer[1] e, por fim, construir um monumento concelhio aos ex-Combatentes.
Manuel Abreu, presidente da Junta da União de Freguesias de Belinho e Mar saudou os que “lutaram com a bravura conhecida”, pois “todos foram patriotas e heróis da nação. A vossa juventude não foi fácil pois viveram uma guerra no terreno que tinham de vencer, longe de todos os queridos”. E recordou que a Junta isenta de emolumentos os ex-Combatentes, desde que apresentem o respetivo cartão.
Benjamim Pereira, presidente da Câmara Municipal de Esposende, na sua intervenção começou por referir a necessidade de “honrar os que deram a sua juventude, a sua vida e o seu tempo pela pátria. Devemos honrar essas pessoas até para servir de ensinamento aos jovens”. E deixou uma “homenagem” dedicada a todos os que “trabalharam para que isto acontecesse”.
Quanto aos pedidos de Fernando Cepa, Benjamim garantiu custear as despesas, ceder a Bandeira Nacional e quanto ao monumento anunciou que “vou fazê-lo. Queremos encontrar um espaço condigno no largo por trás do Tribunal e já temos a pessoa que vai desenvolver a peça”. E sem parar, atirou: “estamos aqui para resolver os problemas das pessoas”. E rematou: “tenho uma dívida muito grande para com os que defenderam a Pátria. Não podem ser esquecidos”.
Por outro lado, Benjamim Pereira garantiu que a Câmara vai dar seguimento ao processo de desagregação das freguesias até porque “sempre estivemos contra o processo de agregação. Queremos as quinze freguesias”. E anunciou que irá ser realizada uma reunião da Assembleia Municipal só para tratar deste assunto.
A animação esteve a cargo do ex-Combatente Raul Machado.
Manuel Azevedo
Foto de família
____________Notas do editor:
[1] - O direito à cedência da Bandeira Nacional, que deve acompanhar as cerimónias fúnebre dos Antigos Combatentes, está consignada na Lei n.º 46/2020 de 20 de agosto. A Bandeira deverá ser entregue, se solicitada, aos familiares do Combatente falecido.
"ESTATUTO DO ANTIGO COMBATENTE
Artigo 19.º
Honras fúnebres
1 - Os antigos combatentes, aquando do seu falecimento, gozam do direito a ser velados com a bandeira nacional, mediante pedido expresso pelo próprio ou a pedido da viúva ou viúvo, de ascendentes ou descendentes diretos.
2 - Cabe ao Estado português a disponibilização gratuita da bandeira nacional à família".
Último poste da série de 12 DE SETEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23611: Efemérides (372): No dia 21 de Abril 2021 fez 58 anos que os 1.º e 2.º Pelotões da CCAÇ 414 estiveram em sérios apuros na Ilha do Como (Manuel Barros Castro, ex-Fur Mil Enf)
terça-feira, 23 de agosto de 2022
Guiné 61/74 - P23547: Parabéns a você (2093): Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69)
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Nota do editor
Último poste da série de19 DE AGOSTO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23537: Parabéns a você (2092): Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Especiais da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/66)
Nota do editor
Último poste da série de19 DE AGOSTO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23537: Parabéns a você (2092): Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Especiais da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/66)
domingo, 23 de agosto de 2020
Guiné 61/74 - P21284: Parabéns a você (1855): Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21280: Parabéns a você (1854): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21280: Parabéns a você (1854): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Guiné 61/74 - P21020: Memória dos lugares (409): Fazenda Experimental de Fá (Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art)
Mensagem do nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá,
1967/69) com data de hoje, 29 de Maio de 2020:
FAZENDA EXPERIMENTAL DE FÁ
Respondendo ao repto lançado recentemente pelo Mário Beja Santos[1] sobre a Fazenda Experimental de Fá, fui repescar um pequeno texto, rascunhado há uma dezena de anos que estava meio perdido na enorme confusão que é o meu baú de recordações da guerra na Guiné.
A CART 1689 (BART 1913) chegou a Bissau no dia 1 de Maio de 1967, seguindo diretamente por via marítima até Bambadinca e depois em viaturas para o aquartelamento de Fá.
A CART 1689 permaneceu em Fá de 1 de Maio de 1967 até 18 de Julho de 1967, portanto, em números redondos, dois meses e meio, rumando depois para a base do seu batalhão, sediado em Catió.
Mais ou menos à entrada do aquartelamento de Fá, ao nosso tempo, existia um misterioso edifício, fechado e de boa construção, ao qual não tínhamos acesso o que nos provocava grande curiosidade pelo mistério que envolvia a sua finalidade ou utilidade.
O Furriel Miliciano Enfermeiro Faria (já falecido) era um dos entusiastas em desvendar o que albergava tão enigmático edifício e foi ele a organizar o “golpe de mão” que nos levou ao interior da, para nós, sinistra construção.
No dia combinado, ao despertar dos primeiros raios de sol, o grupo de assalto, comandado pelo Furriel Miliciano Enfermeiro Faria, dirige-se para o objetivo, fazendo várias manobras de reconhecimento e despiste para não ser detetado e logo forçamos a entrada por uma janela lateral, previamente selecionada, de pouca visibilidade do lado do caminho.
Logo fizemos uma rápida e sorrateira visita geral ao edifício . Encontrámos muitos expositores e vitrinas bem tratadas com muitas amostras de sementes, plantas, árvores e afins, no fundo, muito material que inequivocamente estava direcionado para uma estação agrária, porventura experimental. Surpreendeu-nos o elevado grau de organização do interior, com bom mobiliário, excelentes expositores onde as sementes estavam devidamente classificadas e catalogadas.
Especulava-se na altura que o mentor direto e responsável técnico deste projeto teria sido o secretário geral do PAIGC, Eng.º Agrónomo, Amílcar Cabral, natural da vizinha cidade de Bafatá e a viver em Conacri, de onde dirigia a guerrilha.
Nota: - Não tenho a certeza se o Amílcar Cabral alguma vez esteve ligado à Fazenda Experimental de Fá. Esperemos que alguém faça este esclarecimento.
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
CART 1689/BART 1913
Notas do editor
[1] - Vd. poste de 27 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P21014: Historiografia da presença portuguesa em África (211): Planos de desenvolvimento no rio Geba e em Fá, um pouco antes da guerra (Mário Beja Santos)
Último poste da série de 21 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20996: Memória dos lugares (408): Ponte Alferes Nunes, sobre o Rio Costa Pelundo na Região de Cacheu (Carlos Silva, ex-Fur Mil Inf)
FAZENDA EXPERIMENTAL DE FÁ
Respondendo ao repto lançado recentemente pelo Mário Beja Santos[1] sobre a Fazenda Experimental de Fá, fui repescar um pequeno texto, rascunhado há uma dezena de anos que estava meio perdido na enorme confusão que é o meu baú de recordações da guerra na Guiné.
A CART 1689 (BART 1913) chegou a Bissau no dia 1 de Maio de 1967, seguindo diretamente por via marítima até Bambadinca e depois em viaturas para o aquartelamento de Fá.
A CART 1689 permaneceu em Fá de 1 de Maio de 1967 até 18 de Julho de 1967, portanto, em números redondos, dois meses e meio, rumando depois para a base do seu batalhão, sediado em Catió.
Mais ou menos à entrada do aquartelamento de Fá, ao nosso tempo, existia um misterioso edifício, fechado e de boa construção, ao qual não tínhamos acesso o que nos provocava grande curiosidade pelo mistério que envolvia a sua finalidade ou utilidade.
O Furriel Miliciano Enfermeiro Faria (já falecido) era um dos entusiastas em desvendar o que albergava tão enigmático edifício e foi ele a organizar o “golpe de mão” que nos levou ao interior da, para nós, sinistra construção.
No dia combinado, ao despertar dos primeiros raios de sol, o grupo de assalto, comandado pelo Furriel Miliciano Enfermeiro Faria, dirige-se para o objetivo, fazendo várias manobras de reconhecimento e despiste para não ser detetado e logo forçamos a entrada por uma janela lateral, previamente selecionada, de pouca visibilidade do lado do caminho.
Logo fizemos uma rápida e sorrateira visita geral ao edifício . Encontrámos muitos expositores e vitrinas bem tratadas com muitas amostras de sementes, plantas, árvores e afins, no fundo, muito material que inequivocamente estava direcionado para uma estação agrária, porventura experimental. Surpreendeu-nos o elevado grau de organização do interior, com bom mobiliário, excelentes expositores onde as sementes estavam devidamente classificadas e catalogadas.
Especulava-se na altura que o mentor direto e responsável técnico deste projeto teria sido o secretário geral do PAIGC, Eng.º Agrónomo, Amílcar Cabral, natural da vizinha cidade de Bafatá e a viver em Conacri, de onde dirigia a guerrilha.
Nota: - Não tenho a certeza se o Amílcar Cabral alguma vez esteve ligado à Fazenda Experimental de Fá. Esperemos que alguém faça este esclarecimento.
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
CART 1689/BART 1913
Fá, de 1 de Maio a 18 de Julho de 1968 - Fur Mil Art Fernando Cepa
____________Notas do editor
[1] - Vd. poste de 27 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P21014: Historiografia da presença portuguesa em África (211): Planos de desenvolvimento no rio Geba e em Fá, um pouco antes da guerra (Mário Beja Santos)
Último poste da série de 21 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20996: Memória dos lugares (408): Ponte Alferes Nunes, sobre o Rio Costa Pelundo na Região de Cacheu (Carlos Silva, ex-Fur Mil Inf)
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sexta-feira, 17 de abril de 2020
Guiné 61/74 - P20865: Efemérides (324): 17 de Abril de 1968, dia negro para a CART 1689, a morte do Furriel Miliciano Belmiro João (Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art)
Em mensagem de 16 de Abril de 2020, o nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá,
1967/69) lembra o trágico dia da morte do seu camarada Fur Mil Belmiro João, passados que são exactamente 52 anos.
Foi precisamente há 52 anos, a 17 de Abril de 1968, que a CArt 1689 (BArt 1913) viveu um dos momentos mais dramáticos da brilhante passagem pela guerra colonial na província da Guiné Bissau.
Após um ano de intensa atividade operacional pelas traiçoeiras matas da Guiné Bissau, a CArt 1689, incompreensivelmente, foi escalada para participar na célebre Operação "Bola de Fogo" que levou à construção do famigerado aquartelamento de Gandembel/Ponte Balana de má memória para todos aqueles que tiveram a desdita de embarcar para o Inferno de Gandembel.
Como veremos mais adiante, registe-se que o “padre” que batizou a operação com o nome de "Bola de Fogo" sabia perfeitamente do que estava a falar, tamanha foi a brutalidade do potencial de fogo utilizado pelos beligerantes durante toda a operação que decorreu entre os dias 8 de Abril e 15 de Maio de 1968.
Passamos mal a noite da véspera, 16 de Abril, pelo simples facto de não ter havido o habitual fogo de artificio a que o inimigo nos habituara. Aquilo era sagrado. Por volta da meia noite, mais hora menos hora, recebíamos fortíssimas flagelações, desenvolvidas com o apoio de armamento de elevado poder destrutivo, obrigando as nossas tropas a quedarem-se por uma postura meramente defensiva dentro dos buracos escavados no chão a pá e pica. Foi muito doloroso.
Como os “cumprimentos” nessa noite tardavam, o pessoal começou a ficar irrequieto e ansioso, com os nervos à flor da pele, temendo o pior. Ninguém pregou olho. Para mal dos nossos pecados, os companheiros do hotel/buraco, onde pernoitamos 38 dias, já apresentavam sintomas de ficarem apanhados pelo clima, começando a perder o controlo emocional, e, pior ainda, o controlo dos intestinos que por força da última refeição com feijão, infestaram o reduzido espaço com gases fétidos, que se coligaram à abundante produção de suor destilado por corpos jovens sem higiene e sem mudanças de roupa. Dormiam sempre fardados, prontos para o que desse e viesse.
Estes componentes misturados, formavam uma matéria altamente explosiva, quiçá, irrespirável e impossível de aguentar. Mesmo correndo o risco de apanhar, fora do buraco, o ataque que ainda não acontecera, e que não aconteceu felizmente, por volta das três e meia da manhã a maior parte dos comensais saiu, tentando respirar e descansar com as estrelas servindo de teto.
Já estamos a 17 de Abril de 1968. Logo de manhã cedo, recebo instruções do Capitão Maia (hoje General) para preparar o pelotão do Alferes Freitas que eu comandei interinamente durante toda a operação por ausência de todos os graduados do mesmo pelotão. Era para arrancar quanto antes. Saíram dois pelotões. O meu que seguiu na retaguarda e o outro, tanto quanto julgo saber, era o do Alferes Perestrelo que seguiu na frente, com o Capitão Maia à cabeça da coluna, acompanhado pelo Furriel Miliciano Belmiro João com a especialidade de Armas Pesadas, mas que, julgo com formação em minas e armadilhas. Estranhamos a presença do Furriel Belmiro porque habitualmente estes especialistas não acompanhavam a tropa que montava emboscadas.
A montagem da emboscada estava prevista para um local nas redondezas do acampamento, 100 a 200 metros, onde se supunha que o inimigo instalava o armamento para flagelar sem dó nem piedade as nossas tropas durante a noite.
Chegados ao presumível local da montagem da emboscada, analisou-se e avaliou-se o melhor dispositivo para instalar as nossas forças quando o Capitão Maia sugere que se avançasse mais um pouco para colher o benefício da proteção dum enorme monte de terra (vaga-vaga) muito abundantes na Guiné e locais de habitação de enormes colónias de terríveis formigas.
Chegados aí, o Capitão Maia senta-se junto ao monte de terra, vaga-vaga, para apertar os atacadores das botas, enquanto o Furriel Belmiro executa uma pequena prospeção da zona por conhecer rigorosamente os locais onde teria colocado as armadilhas.
De repente, ouve-se uma violenta explosão projetando o Furriel Belmiro à altura de um metro, caindo inanimado de barriga para baixo. O Capitão estupefacto e ferido na perna esquerda, grita-lhe para rodar sobre o lado direito e ficar de barriga para cima, manobra que ainda conseguiu executar com alguma dificuldade. Tinha sido gravemente atingido com estilhaços na cabeça.
Seguiram-se os habituais momentos de tensão, procurando-se a todo o custo assistir os feridos, diligenciando-se o mais rápido possível a vinda de meios aéreos para uma rápida evacuação.
Transferidos os feridos para o interior do aquartelamento, aguardou-se a chegada do helicóptero que não se fez esperar. A Enfermeira Paraquedista imediatamente tomou conta dos sinistrados, prontamente colocados no interior da aeronave.
A Enfermeira apercebendo-se da gravidade do estado de saúde do Furriel Belmiro, combina com o piloto um voo rasante à copa das árvores para evitar as pressões provocadas pelas altitudes.
O heli faz-se rapidamente ao caminho e voa rapidamente, numa primeira escala, até Buba, onde o médico do Batalhão presta os primeiros socorros, medicando os feridos e instruindo a enfermeira sobre os cuidados médicos a observar até à chegada ao Hospital Militar de Bissau.
A 18 de Abril de 1968, o Furriel Miliciano Belmiro João, faleceu, em consequência dos gravíssimos ferimentos sofridos na cabeça, dizem alguns, vítima da armadilha que ele próprio montou. Outros, mais céticos, argumentam que não, contrapondo ser o Belmiro um militar extremamente metódico e cauteloso, sabendo exatamente os locais onde implantou as armadilhas.
Sobre este nefasto acontecimento, regista-se a curiosidade do processo do falecimento do Furriel Miliciano Belmiro João ser encerrado como morto em combate e o processo do Capitão Maia, encerrado como acidente em serviço.
Acabo de ter uma longa conversa com o General Manuel Maia (na altura Capitão) que me ajudou a consolidar a veracidade dos factos.
Sobre o falecido Furriel Miliciano Belmiro João, direi que era um militar acertivo, leal e bom companheiro. Apesar de poucas palavras, gostava duma boa conversa. De fortes convicções, católico assumido, nunca renegou as suas origens humildes e transmontanas. Era um amigo estimado no seio da família dos furriéis milicianos.
O Capitão Maia fez a convalescença no Hospital Militar de Bissau tendo regressado à CArt 1689 já aquartelada em Cabedú no sul da Guiné e, no dia 12 de Julho de 1968, abandona definitivamente a Companhia viajando para a Metrópole para frequentar o Curso do Estado-Maior. No dia seguinte, 13 de Julho, o Alferes Ferreira de Almeida do QP que ficara a comandar a Companhia morre mortalmente atingido durante um violento ataque ao aquartelamento de Cabedú.
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
Cart 1968 Bart 1913
Guiné 67/69
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Nota do editor
Último poste da série de 13 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20854: Efemérides (323): No dia 13 de Abril de 1970, a CART 2732 embarcou no Cais do Funchal, no navio Ana Mafalda, com destino à Guiné (Carlos Vinhal, ex-Fur Mil Art MA)
O INFERNO DE GANDEMBEL
17 DE ABRIL DE 1968
DIA NEGRO PARA A CART 1689 (BART 1913)
A MORTE DO FURRIEL MILICIANO BELMIRO JOÃO
Na foto, da esquerda para a direita: Furriéis Milicianos, Belmiro João, Sousa, Faria e Cepa
Fernando Cepa |
Após um ano de intensa atividade operacional pelas traiçoeiras matas da Guiné Bissau, a CArt 1689, incompreensivelmente, foi escalada para participar na célebre Operação "Bola de Fogo" que levou à construção do famigerado aquartelamento de Gandembel/Ponte Balana de má memória para todos aqueles que tiveram a desdita de embarcar para o Inferno de Gandembel.
Como veremos mais adiante, registe-se que o “padre” que batizou a operação com o nome de "Bola de Fogo" sabia perfeitamente do que estava a falar, tamanha foi a brutalidade do potencial de fogo utilizado pelos beligerantes durante toda a operação que decorreu entre os dias 8 de Abril e 15 de Maio de 1968.
Passamos mal a noite da véspera, 16 de Abril, pelo simples facto de não ter havido o habitual fogo de artificio a que o inimigo nos habituara. Aquilo era sagrado. Por volta da meia noite, mais hora menos hora, recebíamos fortíssimas flagelações, desenvolvidas com o apoio de armamento de elevado poder destrutivo, obrigando as nossas tropas a quedarem-se por uma postura meramente defensiva dentro dos buracos escavados no chão a pá e pica. Foi muito doloroso.
Como os “cumprimentos” nessa noite tardavam, o pessoal começou a ficar irrequieto e ansioso, com os nervos à flor da pele, temendo o pior. Ninguém pregou olho. Para mal dos nossos pecados, os companheiros do hotel/buraco, onde pernoitamos 38 dias, já apresentavam sintomas de ficarem apanhados pelo clima, começando a perder o controlo emocional, e, pior ainda, o controlo dos intestinos que por força da última refeição com feijão, infestaram o reduzido espaço com gases fétidos, que se coligaram à abundante produção de suor destilado por corpos jovens sem higiene e sem mudanças de roupa. Dormiam sempre fardados, prontos para o que desse e viesse.
Estes componentes misturados, formavam uma matéria altamente explosiva, quiçá, irrespirável e impossível de aguentar. Mesmo correndo o risco de apanhar, fora do buraco, o ataque que ainda não acontecera, e que não aconteceu felizmente, por volta das três e meia da manhã a maior parte dos comensais saiu, tentando respirar e descansar com as estrelas servindo de teto.
Fur Mil Art Fernando Cepa junto a um Buraco/abrigo em Gandembel
Já estamos a 17 de Abril de 1968. Logo de manhã cedo, recebo instruções do Capitão Maia (hoje General) para preparar o pelotão do Alferes Freitas que eu comandei interinamente durante toda a operação por ausência de todos os graduados do mesmo pelotão. Era para arrancar quanto antes. Saíram dois pelotões. O meu que seguiu na retaguarda e o outro, tanto quanto julgo saber, era o do Alferes Perestrelo que seguiu na frente, com o Capitão Maia à cabeça da coluna, acompanhado pelo Furriel Miliciano Belmiro João com a especialidade de Armas Pesadas, mas que, julgo com formação em minas e armadilhas. Estranhamos a presença do Furriel Belmiro porque habitualmente estes especialistas não acompanhavam a tropa que montava emboscadas.
A montagem da emboscada estava prevista para um local nas redondezas do acampamento, 100 a 200 metros, onde se supunha que o inimigo instalava o armamento para flagelar sem dó nem piedade as nossas tropas durante a noite.
Chegados ao presumível local da montagem da emboscada, analisou-se e avaliou-se o melhor dispositivo para instalar as nossas forças quando o Capitão Maia sugere que se avançasse mais um pouco para colher o benefício da proteção dum enorme monte de terra (vaga-vaga) muito abundantes na Guiné e locais de habitação de enormes colónias de terríveis formigas.
Chegados aí, o Capitão Maia senta-se junto ao monte de terra, vaga-vaga, para apertar os atacadores das botas, enquanto o Furriel Belmiro executa uma pequena prospeção da zona por conhecer rigorosamente os locais onde teria colocado as armadilhas.
De repente, ouve-se uma violenta explosão projetando o Furriel Belmiro à altura de um metro, caindo inanimado de barriga para baixo. O Capitão estupefacto e ferido na perna esquerda, grita-lhe para rodar sobre o lado direito e ficar de barriga para cima, manobra que ainda conseguiu executar com alguma dificuldade. Tinha sido gravemente atingido com estilhaços na cabeça.
Seguiram-se os habituais momentos de tensão, procurando-se a todo o custo assistir os feridos, diligenciando-se o mais rápido possível a vinda de meios aéreos para uma rápida evacuação.
Transferidos os feridos para o interior do aquartelamento, aguardou-se a chegada do helicóptero que não se fez esperar. A Enfermeira Paraquedista imediatamente tomou conta dos sinistrados, prontamente colocados no interior da aeronave.
A Enfermeira apercebendo-se da gravidade do estado de saúde do Furriel Belmiro, combina com o piloto um voo rasante à copa das árvores para evitar as pressões provocadas pelas altitudes.
O heli faz-se rapidamente ao caminho e voa rapidamente, numa primeira escala, até Buba, onde o médico do Batalhão presta os primeiros socorros, medicando os feridos e instruindo a enfermeira sobre os cuidados médicos a observar até à chegada ao Hospital Militar de Bissau.
A 18 de Abril de 1968, o Furriel Miliciano Belmiro João, faleceu, em consequência dos gravíssimos ferimentos sofridos na cabeça, dizem alguns, vítima da armadilha que ele próprio montou. Outros, mais céticos, argumentam que não, contrapondo ser o Belmiro um militar extremamente metódico e cauteloso, sabendo exatamente os locais onde implantou as armadilhas.
Sobre este nefasto acontecimento, regista-se a curiosidade do processo do falecimento do Furriel Miliciano Belmiro João ser encerrado como morto em combate e o processo do Capitão Maia, encerrado como acidente em serviço.
Acabo de ter uma longa conversa com o General Manuel Maia (na altura Capitão) que me ajudou a consolidar a veracidade dos factos.
Sobre o falecido Furriel Miliciano Belmiro João, direi que era um militar acertivo, leal e bom companheiro. Apesar de poucas palavras, gostava duma boa conversa. De fortes convicções, católico assumido, nunca renegou as suas origens humildes e transmontanas. Era um amigo estimado no seio da família dos furriéis milicianos.
O Capitão Maia fez a convalescença no Hospital Militar de Bissau tendo regressado à CArt 1689 já aquartelada em Cabedú no sul da Guiné e, no dia 12 de Julho de 1968, abandona definitivamente a Companhia viajando para a Metrópole para frequentar o Curso do Estado-Maior. No dia seguinte, 13 de Julho, o Alferes Ferreira de Almeida do QP que ficara a comandar a Companhia morre mortalmente atingido durante um violento ataque ao aquartelamento de Cabedú.
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
Cart 1968 Bart 1913
Guiné 67/69
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Nota do editor
Último poste da série de 13 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20854: Efemérides (323): No dia 13 de Abril de 1970, a CART 2732 embarcou no Cais do Funchal, no navio Ana Mafalda, com destino à Guiné (Carlos Vinhal, ex-Fur Mil Art MA)
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Guiné 61/74 - P20086: Parabéns a você (1670): Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69)
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de Agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20083: Parabéns a você (1669): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
Nota do editor
Último poste da série de 21 de Agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20083: Parabéns a você (1669): José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Guiné 61/74 - P18947: Parabéns a você (1486): Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18944: Parabéns a você (1485): Carlos Cordeiro, ex-Fur Mil Inf do CIC (Angola, 1969/71) e José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18944: Parabéns a você (1485): Carlos Cordeiro, ex-Fur Mil Inf do CIC (Angola, 1969/71) e José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Guiné 61/74 - P17948: Agenda cultural (603): Tertúlia de antigos Combatentes, subordinada ao tema "Histórias Com Rosto", a realizar no dia 17 de Novembro próximo, às 21,30 horas, no Auditório Municipal de Esposende (Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689)
Mensagem do nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), dando-nos notícia de uma tertúlia de antigos Combatentes, subordinada ao tema "Histórias Com Rosto", a levar a efeito no próximo dia 17, às 21,30 horas, no Auditório Municipal de Esposende.
Caro Amigo Carlos Vinhal.
Logo que possível, agradeço que estudes a possibilidade de inserir no nosso blogue, TABANCA GRANDE, o cartaz anexo, referente a uma tertúlia sobre Ex-Combatentes que se realizará no dia 17 de Novembro de 2017 no Auditório Municipal de Esposende.
Grato pela atenção.
Um grande abraço
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
Cart 1689 - Bart 1913
Guiné
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Nota do editor
Último poste da série de 8 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17946: Agenda cultural (602): Hoje, às 18h30, no Porto, FNAC Santa Catarina: lançamento do último livro do escritor Carlos Vale Ferraz (e nosso camarada de armas, Carlos Matos Gomes),"A Última Viúva de África". Apresentação por David Martelo
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Guiné 61/74 - P17692: Parabéns a você (1303): Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17689: Parabéns a você (1302): Carlos Cordeiro, ex-Fur Mil Inf do Centro de Instrução de Comandos (Angola, 1969/71) e José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
Nota do editor
Último poste da série de 22 de Agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17689: Parabéns a você (1302): Carlos Cordeiro, ex-Fur Mil Inf do Centro de Instrução de Comandos (Angola, 1969/71) e José Luís Vacas de Carvalho, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2206 (Guiné, 1969/71)
sexta-feira, 12 de maio de 2017
Guiné 61/74 - P17349: Efemérides (250): No passado dia 30 de Abril de 2017, os Combatentes da Guerra do Ultramar de S. Bartolomeu do Mar foram homenageados pelo seu Núcleo. A Junta da União de Freguesias de Belinho e Mar aproveitou a cerimónia para ofercer uma Bandeira ao Núcleo de Combatentes de Mar (Fernando Cepa)
Em mensagem do dia 3 de Maio de 2017, o nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), dá-nos conta da homenagem, pelo Núcleo de Mar, União de Freguesias de Belinho e Mar, Concelho de Esposende, aos ex-Combatentes da guerra do ultramar, levada a efeito no passado dia 30 de Abril.
Caro Amigo Carlos Vinhal.
Seguem dois anexos sobre a homenagem aos ex-combatentes efectuada na Freguesia de Mar, concelho de Esposende.
Se achares oportuno e de interesse, podes publicar na Tabanca Grande.
Um grande abraço.
Fernando Cepa
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Nota do editor
Último poste da série de 5 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17323: Efemérides (249): Dia 7, domingo, dia da mãe... O Museu da Marinha oferece bilhetes às mães para a exposição "Vikings - Guerreiros do Mar", composta por 600 peças originais provenientes do Museu Nacional da Dinamarca... A não perder
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Guiné 61/74 - P17077: Convívios (779): Convívio do pessoal do BART 1913 (Guiné, 1967/69), a levar a efeito no próximo dia 27 de Maio de 2017, em Viana do Castelo (Fernando Cepa)
Pede o nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), para divulgarmos o Convívio do seu Batalhão, a levar a efeito no próximo dia 27 de Maio de 2017 em Viana do Castelo, este ano coincidente com o 50.º aniversário da partida para a Guiné.
CONVÍVIO DO PESSOAL DO
BART 1913
CCS, CART 1687, CART 1688 e CART 1689
27 DE MAIO DE 2017 - VIANA DO CASTELO
CINQUENTENÁRIO DA PARTIDA PARA A GUINÉ EM 25.04.1967
PROGRAMA:
10.00 H - Recepção no Forte de S. Julião da Barra
11.00 H - Missa na Igreja de S. Domingos
13.00 H - Almoço no Restaurante Camelo em Santa Marta de Portuzelo
16.00 H - Queimada Galega
Animação - Música, Baile e Folclore
Presenças já confirmadas.
Senhor General Manuel Moreira Maia
Senhor Tenente Coronel Alves da Silva
Contactos:
Teotónio Barreto (Ex-Alf Mil da CCS) - 963 037 234
Fernando Cepa (Ex-Fur Mil da Cart 1689) - 964 056 889
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17070: Convívios (778): XI Encontro dos Combatentes da Guerra do Ultramar do Concelho de Matosinhos, a realizar-se no próximo dia 11 de Março de 2017, em Leça da Palmeira (Carlos Vinhal)
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Guiné 63/74 - P16355: Tabanca Grande (492): Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913 (Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69)
1. Mensagens do nosso camarada e novo tertuliamo Fernando Cepa, ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá (1967/69), com data de 29 de Julho de 2016:
Caro Carlos Vinhal.
Conforme combinado, segue o material relacionado com o texto enviado em separado. Diz-me se recebeste em boas condições. Logo à noite, com mais vagar, faço a minha apresentação e outros esclarecimentos pertinentes.
Estive no inferno de GANDEMBEL, a comandar, sozinho (era o único graduado) um pelotão na terrifica, brutal e desumana operação BOLA DE FOGO. Falta-me tempo para contar a brutalidade das acções e do quotidiano dos arrepiantes e tenebrosos 38 dias vividos dentro dum bafiento, insalubre e consporcado buraco que nos serviu de "hotel" durante a tenebrosa operação BOLA DE FOGO.
O resto fica para depois.
Peço desculpa desta informalidade, mas acontece que não sou um "finório" na forma de lidar com estas modernices das novas tecnologias.
Até já.
Um grande abraço.
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
Cart 1689
Caro Carlos Vinhal,
Cá estou novamente para terminar esta “operação” que teve origem no tema lançado na Tabanca Grande, sobre as facas de mato, objecto multifacetado que servia para tudo, inclusive para limpar as unhas. Já te disse que não sou nenhum prendado a lidar com as novas tecnologias (sou da velha guarda, e, como burro velho não toma andadura …) por isso, não sei o que vai sair desta primeira tentativa de chegar ao convívio da fantástica família da Tabanca Grande. Vamos ver a pessegada que a minha ignorância nos reserva.
Esta minha abordagem resulta do facto de as FACAS DE MATO serem objecto de análise no nosso blogue. Então, lembrei-me, caramba, a minha faca de mato tem direito a figurar no livro de honra da guerra colonial da ex-província da Guiné. E assim, seguiu para a tua superior apreciação, o extrato que retirei da história da CART 1689, registo que já comecei, mas que ainda não acabei.
Perguntarás! Mas porquê, escrever um livro sobre a história da CART 1689? Muito simples, Já fiz um filho, já plantei uma árvore, e, agora, sem grande jeito, para completar a trilogia, vou tentar escrever um livro.
Não gosto muito de falar da minha pessoa, mas para cumprir os “regulamentos” da Tabanca, aqui vai a apresentação da praxe.
2. Combati, forte e feio, na Guiné, de 1967 a 1969, como Furriel Miliciano, integrado na CArt 1689, BArt 1913.
Participei em toda a intensa actividade operacional da CArt 1689, com especial destaque na mítica operação BOLA DE FOGO (Abril e Maio de 1968) que decorreu no Corredor de Guileje para construir (não sei para quê?) o famigerado aquartelamento de GANDEMBEL, muito a propósito batizado de INFERNO DE GANDEMBEL. Para mal dos meus pecados, na ausência (férias e baixas por doença) de todos os graduados do meu pelotão, foi-me entregue o comando do mesmo, por só restar eu, disponível, dentre o alferes e os quatro furriéis. Não foi fácil.
Num ambiente infernal de stress permanente, com o inimigo a atacar todos os dias, consegui levar o barco a bom porto, aliás, na linha do excelente comportamento em combate, evidenciado por toda a CArt 1689, que já anteriormente tinha sido galardoada com a FLÂMULA DE HONRA. Só quem esteve em GANDEMBEL é que pode contar como foi.
Na Guiné, com a CArt 1689, estive estacionado em Fá Mandinga, Catió, Cabedú, Buba, Gandembel, Canquelifá, Dunane e Bissau.
Voltemos à minha apresentação.
Vivo em S. Bartolomeu do Mar (terra da secular e badalada romaria do banho santo, candidata a património imaterial da humanidade), concelho de Esposende e Distrito de Braga.
Actualmente, continuo a dar o meu contributo à sociedade. Sou presidente duma IPSS – instituição particular de solidariedade social – que para além das causas sociais, também tem um fantástico e bem sucedido projecto desportivo, na área do andebol feminino. Para além de cento e muitas atletas, em todos os escalões, acabamos de ser campeões nacionais da 2.ª Divisão, em Seniores, e, para a próxima época, estaremos junto da elite do andebol feminino, a disputar o campeonato nacional da 1.ª Divisão.
Falo do Centro Social da Juventude de Mar – Esposende. Eh pá, esqueci-me do tempo. Já chega.
3. Vamos as fotos que te mandei.
A actual, é fresquinha, tem 30 dias. Já agora, nasci a 23 de Agosto de 1944.
Nota: Mantenho frequentes contactos com os tabanqueiros Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva.
Tens carta branca para fazeres o que bem entenderes sobre o material que te enviei.
Um rijo abraço do
Fernando Cepa
Ex-Furriel Milicaino
CArt 1689/BArt 1913
4. Operação Inquietar
Mas que bela apresentação. Caríssimo camarada Fernando Cepa, sê bem-vindo à nossa caserna virtual, ou Tabanca Grande, tertúlia, essencialmente de ex-combatentes da Guiné, onde temos como missão deixar material escrito e fotografado que sirva, um dia, para ajudar a contar a história da guerra naquela pequena parcela de África onde tanto sangue se derramou.
Escusado será dizer-te para escolheres um bom lugar à sombra do nosso poilão, pois já nos conheces através dos teus especiais amigos e camaradas Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva, ambos bons contadores de histórias, aos quais devemos as melhores páginas deste blogue.
Se o Branquinho já publicou, o Zé e tu estarão para fazê-lo também muito em breve. O Ferreira já sabe, e tu ficas agora a saber, que estamos ao vosso inteiro dispor para fazermos a divulgação dos vossos livros.
A Op Inquietar poderia ter sido para ti a primeira e a última. Olha se não tinhas saído da "casca"?
A situação que nos contas, de estares tu a desembarcar e o teu irmão a embarcar, foi infelizmente mais vulgar do que à partida possa parecer. Houve inclusive caso de irmãos ao mesmo tempo na mesma província.
Estou a lembra-me, assim de repente, de um caso semelhante ao teu, o do meu amigo Veiga Pereira da CCAÇ 2405 (1968/70), que sendo de Matosinhos é teu vizinho aí em Esposende, que chegado da Guiné em Junho, viu o seu irmão André embarcar em Julho, na 27.ª CComandos, também para aquele TO.
Lembro ainda os 6 Irmãos Magro que serviram nos três Teatros de Operações, talvez o caso mais emblemático da nossa guerra.
Pobres mães, o quanto sofriam naquele tempo. Elas sim foram as verdadeiras heroínas da Guerra do Ultramar.
Uma vez que és do Norte, tens pelo menos duas Tabancas que poderás visitar, a de Matosinhos, todas as quartas-feiras, e a dos Melros, em Fânzeres-Gondomar. Esta última, como saberás, é frequentada pelo Zé da CART. E por mim, de vez em quando. Não esqueças também a nossa reunião anual onde teremos muito prazer na tua companhia.
Muito obrigado por te juntares a nós.
Termino, deixando aqui, para ti, um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
CV
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Nota do editor
Último poste da série de 26 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16335: Tabanca Grande (491): Adão Pinho da Cruz, Médico Cardiologista, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887 (Canquelifá e Bigene, 1966/68)
Caro Carlos Vinhal.
Conforme combinado, segue o material relacionado com o texto enviado em separado. Diz-me se recebeste em boas condições. Logo à noite, com mais vagar, faço a minha apresentação e outros esclarecimentos pertinentes.
Estive no inferno de GANDEMBEL, a comandar, sozinho (era o único graduado) um pelotão na terrifica, brutal e desumana operação BOLA DE FOGO. Falta-me tempo para contar a brutalidade das acções e do quotidiano dos arrepiantes e tenebrosos 38 dias vividos dentro dum bafiento, insalubre e consporcado buraco que nos serviu de "hotel" durante a tenebrosa operação BOLA DE FOGO.
O resto fica para depois.
Peço desculpa desta informalidade, mas acontece que não sou um "finório" na forma de lidar com estas modernices das novas tecnologias.
Até já.
Um grande abraço.
Fernando Cepa
Ex-Furriel Miliciano
Cart 1689
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Caro Carlos Vinhal,
Cá estou novamente para terminar esta “operação” que teve origem no tema lançado na Tabanca Grande, sobre as facas de mato, objecto multifacetado que servia para tudo, inclusive para limpar as unhas. Já te disse que não sou nenhum prendado a lidar com as novas tecnologias (sou da velha guarda, e, como burro velho não toma andadura …) por isso, não sei o que vai sair desta primeira tentativa de chegar ao convívio da fantástica família da Tabanca Grande. Vamos ver a pessegada que a minha ignorância nos reserva.
Esta minha abordagem resulta do facto de as FACAS DE MATO serem objecto de análise no nosso blogue. Então, lembrei-me, caramba, a minha faca de mato tem direito a figurar no livro de honra da guerra colonial da ex-província da Guiné. E assim, seguiu para a tua superior apreciação, o extrato que retirei da história da CART 1689, registo que já comecei, mas que ainda não acabei.
Perguntarás! Mas porquê, escrever um livro sobre a história da CART 1689? Muito simples, Já fiz um filho, já plantei uma árvore, e, agora, sem grande jeito, para completar a trilogia, vou tentar escrever um livro.
Não gosto muito de falar da minha pessoa, mas para cumprir os “regulamentos” da Tabanca, aqui vai a apresentação da praxe.
2. Combati, forte e feio, na Guiné, de 1967 a 1969, como Furriel Miliciano, integrado na CArt 1689, BArt 1913.
Participei em toda a intensa actividade operacional da CArt 1689, com especial destaque na mítica operação BOLA DE FOGO (Abril e Maio de 1968) que decorreu no Corredor de Guileje para construir (não sei para quê?) o famigerado aquartelamento de GANDEMBEL, muito a propósito batizado de INFERNO DE GANDEMBEL. Para mal dos meus pecados, na ausência (férias e baixas por doença) de todos os graduados do meu pelotão, foi-me entregue o comando do mesmo, por só restar eu, disponível, dentre o alferes e os quatro furriéis. Não foi fácil.
Num ambiente infernal de stress permanente, com o inimigo a atacar todos os dias, consegui levar o barco a bom porto, aliás, na linha do excelente comportamento em combate, evidenciado por toda a CArt 1689, que já anteriormente tinha sido galardoada com a FLÂMULA DE HONRA. Só quem esteve em GANDEMBEL é que pode contar como foi.
Foi demasiado mau, violento, vexante, imprudente, desumano, sem respeito pela dignidade dos soldados portugueses, reduzidos sem dó nem piedade, à condição de bichos do mato, encafuados durante 38 dias em buracos bafientos, escavados no chão, de pá e pica na mão.
Bem já me perdi, Gandembel fica para outras calendas.
Bem já me perdi, Gandembel fica para outras calendas.
Na Guiné, com a CArt 1689, estive estacionado em Fá Mandinga, Catió, Cabedú, Buba, Gandembel, Canquelifá, Dunane e Bissau.
Voltemos à minha apresentação.
Vivo em S. Bartolomeu do Mar (terra da secular e badalada romaria do banho santo, candidata a património imaterial da humanidade), concelho de Esposende e Distrito de Braga.
Depois de devolvido à vida civil, fiz carreira na área financeira (banca) passando à reforma com o posto de gerente bancário. Andei muitos anos na politica, exercendo funções como presidente de junta, vereador na câmara municipal e adjunto do presidente da câmara.
O que faço agora? Muita coisa!
Actualmente, continuo a dar o meu contributo à sociedade. Sou presidente duma IPSS – instituição particular de solidariedade social – que para além das causas sociais, também tem um fantástico e bem sucedido projecto desportivo, na área do andebol feminino. Para além de cento e muitas atletas, em todos os escalões, acabamos de ser campeões nacionais da 2.ª Divisão, em Seniores, e, para a próxima época, estaremos junto da elite do andebol feminino, a disputar o campeonato nacional da 1.ª Divisão.
Falo do Centro Social da Juventude de Mar – Esposende. Eh pá, esqueci-me do tempo. Já chega.
3. Vamos as fotos que te mandei.
A actual, é fresquinha, tem 30 dias. Já agora, nasci a 23 de Agosto de 1944.
Faca de mato que foi baleada na operação Inquietar - Caneta Parker, Rádio Sharp 7Transistor e ventoínha
Testando a poderosa bazooka em Gandembel.
A meus pés, a entrada do buraco que me serviu de alojamento durante 38 dias em Gandembel
Em Buba, fisicamente debilitado, passados três dias sobre o fim da operação Bola de Fogo em Gandembel.
Nota: Mantenho frequentes contactos com os tabanqueiros Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva.
Tens carta branca para fazeres o que bem entenderes sobre o material que te enviei.
Um rijo abraço do
Fernando Cepa
Ex-Furriel Milicaino
CArt 1689/BArt 1913
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4. Operação Inquietar
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5. Comentário do editorMas que bela apresentação. Caríssimo camarada Fernando Cepa, sê bem-vindo à nossa caserna virtual, ou Tabanca Grande, tertúlia, essencialmente de ex-combatentes da Guiné, onde temos como missão deixar material escrito e fotografado que sirva, um dia, para ajudar a contar a história da guerra naquela pequena parcela de África onde tanto sangue se derramou.
Escusado será dizer-te para escolheres um bom lugar à sombra do nosso poilão, pois já nos conheces através dos teus especiais amigos e camaradas Alberto Branquinho e José Ferreira da Silva, ambos bons contadores de histórias, aos quais devemos as melhores páginas deste blogue.
Se o Branquinho já publicou, o Zé e tu estarão para fazê-lo também muito em breve. O Ferreira já sabe, e tu ficas agora a saber, que estamos ao vosso inteiro dispor para fazermos a divulgação dos vossos livros.
A Op Inquietar poderia ter sido para ti a primeira e a última. Olha se não tinhas saído da "casca"?
A situação que nos contas, de estares tu a desembarcar e o teu irmão a embarcar, foi infelizmente mais vulgar do que à partida possa parecer. Houve inclusive caso de irmãos ao mesmo tempo na mesma província.
Estou a lembra-me, assim de repente, de um caso semelhante ao teu, o do meu amigo Veiga Pereira da CCAÇ 2405 (1968/70), que sendo de Matosinhos é teu vizinho aí em Esposende, que chegado da Guiné em Junho, viu o seu irmão André embarcar em Julho, na 27.ª CComandos, também para aquele TO.
Lembro ainda os 6 Irmãos Magro que serviram nos três Teatros de Operações, talvez o caso mais emblemático da nossa guerra.
Pobres mães, o quanto sofriam naquele tempo. Elas sim foram as verdadeiras heroínas da Guerra do Ultramar.
Uma vez que és do Norte, tens pelo menos duas Tabancas que poderás visitar, a de Matosinhos, todas as quartas-feiras, e a dos Melros, em Fânzeres-Gondomar. Esta última, como saberás, é frequentada pelo Zé da CART. E por mim, de vez em quando. Não esqueças também a nossa reunião anual onde teremos muito prazer na tua companhia.
Muito obrigado por te juntares a nós.
Termino, deixando aqui, para ti, um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
CV
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Nota do editor
Último poste da série de 26 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16335: Tabanca Grande (491): Adão Pinho da Cruz, Médico Cardiologista, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887 (Canquelifá e Bigene, 1966/68)
domingo, 8 de maio de 2011
Guiné 63/74 - P8241: In Memoriam (77): S. Bartolomeu do Mar - Esposende, homenageou os seus ex-Combatentes no dia 1 de Maio de 2011 (José Ferreira da Silva / Fernando Cepa)
1. Em mensagem do dia 4 de Maio de 2011, José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos este relato referente à homenagem prestada pela freguesia de S. Bartolomeu do Mar - Esposende, aos seus dois combatentes caídos em campanha na Guerra do Ultramar, de autoria de outro nosso camarada, o Fernando Cepa, que brevemente irá fazer parte da nossa Tabanca.
EX-COMBATENTES HOMENAGEADOS EM S. BARTOLOMEU DO MAR
A Freguesia de S. Bartolomeu do Mar, em Esposende, homenageou no domingo passado os seus ex-Combatentes com a inauguração de um Memorial na Praça 25 de Abril e uma exposição fotográfica na Sede da Junta. O presidente da Câmara, João Cepa, que presidiu às cerimónias, assumiu o compromisso de a autarquia homenagear os ex-Combatentes do Concelho.
Numa cerimónia em que a chuva não permitiu acabar em beleza, a freguesia de S. Bartolomeu do Mar engalanou-se para homenagear os seus ex-Combatentes e, em especial, os dois mortos em combate, José Vaz Saleiro de Lima e Gastão Vaz Saleiro Lima. Da Homenagem para além da Missa em sufrágio dos ex-Combatentes falecidos, constou a inauguração de um Memorial, em granito, do artista Américo Abreu, das Marinhas, na Praça 25 de Abril, a norte da Junta, e a abertura de uma exposição fotográfica sobre os ex-Combatentes, na sede da Junta. Para além dos presidentes da Câmara, da Junta e da Assembleia de Freguesia de Mar, marcaram presença o Major Nogueira Pinto em representação do Comandante da Escola Prática dos Serviços da Póvoa de Varzim; Coronel João Paulo Vareta presidente da Liga dos Combatentes de Braga, em representação do Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes; o representante do Comandante da GNR de Esposende; o Adjunto do Comandante do Porto de Viana do Castelo; Major Celestino Costa, da Companhia 1542; o Núcleo de ex-Combatentes de Viana do Castelo, representado pelo Coronel José Lima, Tenente-Coronel José Martins e Secretário Manuel Meira Silva; o Núcleo de ex-Combatentes de Braga, representado pelo Tenente-Coronel João Mendonça, Tenente-Coronel Adelino Oliveira Martins e Manuel Oliveira; e os padres Cândido Gaio e Jaime Cepa.
No uso da palavra, o presidente da Câmara felicitou a organização desta iniciativa e deixou o compromisso de que o concelho irá, em breve, homenagear os seus ex-Combatentes porque “todos estes jovens que atravessaram o atlântico e partiram porque amavam a pátria são um exemplo para todos”. E lembrou que “a maior arma que o povo tem hoje é o voto” razão pela qual não se devem deixar levar pelos defensores da abstenção, pois “se queremos políticos melhores devemos usar essa arma e dar o nosso contributo ao país”. No final recordou que “o país ainda não fez justiça aos ex-Combatentes”.
Fernando Cepa, da organização, referiu na passagem dos 50 anos do início da guerra colonial que “a emoção desta homenagem é um grito de revolta por não ter acontecido mais cedo” e lembrou que vivendo num país que “tem propensão para tornar pequeno, aquilo que é nobre e grande, estamos aqui para transformar uma pequena e singela cerimónia num acto de elevada grandeza”. E deixou a promessa de tudo fazer para trazer para a terra natal os restos mortais dos falecidos José e Gastão Lima.
Em representação do Batalhão de Artilharia do falecido José Lima, Alfredo Fonseca agradeceu esta “honrosa e merecida homenagem” pois “tarde é o que nunca se faz”. E lembrou o companheiro morto em combate: “um homem de carácter bem formado, humilde e honesto”. Criticou os governantes que “não têm consciência do que passamos” salientando que esta “é a melhor medalha para quem trabalhou”.
O Coronel João Paulo Vareta referiu que esta cerimónia “toca-nos muito fundo e nunca é tarde para lembrar quem por lá ficou”. E concluiu: “mal vai o povo que não reconhece os seus mortos; esta iniciativa é a prova de que os ex-Combatentes são respeitados pelo povo”.
O presidente da Junta de Mar, Manuel Santos, salientou que “a nossa pequena freguesia foi muito generosa porque daqui saíram cerca de meia centena de soldados” por isso, “estamos agradecidos a esta exemplar geração que tão bem nos representou”.
Intensamente emocionado, com as lágrimas a correrem pela cara, estava o Major Celestino Costa, com 92 anos, o então Capitão da Companhia 1542 do José Lima ao lembrar os momentos duros do época.
Em termos de balanço Joaquim Teixeira Ribeiro, da Companhia 1542, disse que estas cerimónias foram “do que melhor vi até hoje porque foi um dia rico e fabuloso, devido à excelente organização e à família do José Lima. Vamos de coração cheio pois foi um marco na nossa história”.
A exposição na sede da Junta estará aberta no horário de expediente e no próximo domingo, de tarde.
Centro Social da Juventude de Mar, 2011-05-02
A Direcção,
Fernando Cepa
[Edição de fotos, revisão e fixação de texto: Carlos Vinhal]
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 6 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8232: In Memoriam (76): Isabel Raimundo Conde homenageia seu tio José Luís Inácio Raimundo, Soldado Comando da 38.ª CCOM (morto em combate em Guidaje a 12 de Maio de 1973), no dia do seu 61.º aniversário
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